Matosinhos em Jazz
2009
Qua 13-Mai | Matosinhos
|
Salão
Nobre da
Câmara Municipal de Matosinhos |
![]() |
Quadro
Nuevo
|
Mulo
Francel (cl, s), Robert Wolf (g, bouzouki), Andreas Hinterseher (aco,
vib, x), D. D. Lowka (ctb, perc)
|
Qui 14-Mai | Exponor
|
Orquestra Jazz
de Matosinhos
c/ Maria Schneider |
Maria Schneider
(dir), Pedro Guedes (p), Carlos Azevedo (p)
|
||
Sex 15-Mai | Exponor
|
Maria Anadon
|
Maria Anadon (voz),
Vitor Zamora (p), Leo Espinosa (b), Marcelo Araújo (bat)
|
||
Arturo
Sandoval
|
Arturo Sandoval (t), Ed Calle (s), Manuel Valera (p), Dennis Marks (b), Philbert Armenteros (per), Alexis Arce (bat) |
||||
Sáb 16-Mai | Exponor
|
Sandro Norton
Octeto
|
Sandro Norton
(g), Claudia Fier (voz), Luis Trigo (v, harm, voz, g-ac), Bruno Cardoso
(celo), João Salcedo (p), André Oliveira (per), José Fidalgo
(ctb), Antonio Torres (bat)
|
||
Trumpet Summit
|
Jon Faddis (t),
Randy Brecker (t), Terell Staford (t), Dado Moroni (p), Reggie Johnson
(ctb), Willie Jones III (bat)
|
O destaque do Matosinhos em Jazz 2009 vai para a
presença de Maria
Schneider à frente da Orquestra Jazz de Matosinhos.
A compositora e maestrina preparou alguns arranjos para a orquestra que viu
tocar em Nova Iorque,
e este será um dos mais importantes desafios da história da orquestra:
quinta, 14.
Mas o festival começa no dia anterior com o grupo Quadro Nuevo,
um quarteto dificilmente enquadrável dentro do Jazz, que cruza elementos folclóricos
dispersos, entre o tango argentino, a musette, o flamenco ou as Balcãs,
com um virtuosismo classicista invulgar.
Sexta é noite de dois concertos, a abrir com a voz de Maria
Anadon à frente
de um trio de sensibilidade latina-americana, seguido de um dos grandes nomes
do trompete cubano radicado nos EUA, Arturo Sandoval.
O último dia do festival abre com um grupo português, o octeto
do guitarrista Sandro Norton,
uma ambiciosa formação que conta
com a voz de Claudia Fier. Mais tarde toca o Trumpet Summit, um grupo onde,
como o nome sugere, o destaque vai para a poderosa frente de trompetes, John
Faddis, Randy Brecker e Terell
Staford, três expoentes máximos
do instrumento.
8 de Maio de 2009
12.º Matosinhos em Jazz (2008)
ESTA SEMANA as atenções
estão viradas para o Matosinhos em Jazz;
este ano sob o signo da fusão jazz-world.
A festa começa já amanhã, quarta 21, com o Fado
em Si Bemol, que dizem ser uma fusão de fado e Jazz.
O dia seguinte inicia-se com um virtuoso do acordeão, o popular Richard
Galliano, que navega também ele nas áreas da fusão,
aqui com perfume gaulês;
mas à noite surge o grande Jazz com a Orquestra
de Jazz de Matosinhos que tem como convidado Jim
McNeely (que estará em Julho no Estoril à frente da Vanguard
Jazz Orchestra).
E o Jazz de luxo regressa no dia seguinte com o quarteto da pianista Renee
Rosnes, com o sempre inspirado Steve Wilson no saxofone, Todd Coleman
no contrabaixo e o veterano Lewis Nash na bateria.
Nessa noite ainda, a fechar, a voz enorme de Maria João e
o seu novo projecto.
O último dia do festival começa com um guitarrista (que toca
um curioso bandolim de dez cordas) brasileiro, Hamilton
de Holanda, que está a ter grande sucesso. Jazz + samba + choro
+ rock + pop são a sua chave.
E é de Cuba que vem o último músico; o grande Paquito
d'Rivera. Com mais de 40 discos gravados desde os anos 70, ele é uma
das expressões maiores do Jazz latino-americano.
A concluir esta nota uma última referência: o Matosinhos em Jazz
vai atribuir um prémio o «Matosinhos Jazz Awards» para figuras
que se têm distinguido na divulgação do Jazz em Portugal.
O Jazz Award 2008 vai para ... Duarte Mendonça. A cerimónia será no
dia 22 no Auditório da Exponor. Parabéns, Duarte Mendonça!
Sex 2-Mai |
Matosinhos |
Aeroporto |
ao longo do dia |
![]() Matosinhos em Jazz |
Jazz 4 Fun |
|
Sex 9-Mai |
Aeroporto |
ao longo do dia |
Jazz 4 Fun |
|||
Sex 16-Mai |
Aeroporto |
ao longo do dia |
Jazz 4 Fun |
|||
Sáb
17-Mai |
Rua de Santa
Catarina, marginal de Matosinhos e de Leça |
manhã,
tarde |
Dixie Gringos |
Ricardo Barros (cl), Adriano Franco (t), João Silva (st), Rui Costa (trb), Hugo Costa (tu), Paulo Oliveira (bj), Rui Neves (perc), Filipe Neves (per) | ||
Qua 21-Mai |
Salão Nobre da Câmara |
21.30 |
Fado Em Si Bemol |
Pedro Matos (voz), Miguel Silva (g-pt), Paulo Gonçalves (g-cl), Pedro Silva (ctb), Juca Monteiro (perc) |
||
Qui 22-Mai |
Auditório
da Exponor |
21.30 |
Richard Galliano Tangaria Quartet |
Richard Galliano (ac), Alex Cardenas (v), Philippe Aerts (ctb), Rafael Mejias (perc) |
||
Orquestra de Jazz de Matosinhos c/ Jim
McNeely |
JM (p, dir) |
|||||
Sex 23-Mai |
Auditório
da Exponor |
21.30 |
Renee Rosnes Quartet |
RR (p), Steve Wilson (s), Todd Coleman (ctb), Lewis Nash (bat) | ||
Maria
João |
MJ (voz), Eleonor Picas (hpa), Mário Delgado (g), Demian Cabaud (ctb), Alexandre Frazão (bat) |
|||||
Sáb
24-Mai |
Auditório
da Exponor |
21.30 |
Hamilton de Holanda Quinteto |
HH (bl), Gabriel Grossi (harm), Daniel Santiago (g), André Vasconcellos (b), Márcio Bahia (bat) |
||
Paquito
D’Rivera Quintet |
PDR (cl, s), Diego Urcola (trb, t), Alex Brown – (p), Óscar Stagnaro (ctb), Mark Walker (bat) |
http://www.casajuventude.com/jazz/index.asp
11.º Matosinhos em Jazz (2007)
Sáb |
14-Abr |
Matosinhos |
Animação
de Rua |
Matosinhos em Jazz 2007 |
Dixie Gringos - Ricardo Barros (cl), Adriano Franco (t), João Silva (st), Rui Costa (trb), Hugo Costa (tub), Paulo Oliveira (bj), Rui Lúcio (perc) | |
Qua |
18-Abr |
Salão
Nobre (CMM) |
21.30 |
João Mendes “Jazzafari” c/ Carlos Azevedo Trio - JM (voz), Carlos Azevedo (p), António Ferro (b), Paulo Bandeira (bat) | ||
Qui |
19-Abr |
Auditório
da Exponor |
21.30 |
Cyrus Chestnut Trio - CC (p), Dezron Douglass (ctb), Neal Smith (bat) Orquestra de Jazz de Matosinhos c/ Mark Turner - MT (s), Pedro Guedes e Carlos Azevedo (dir, p) |
||
B Flat Jazz Club |
André Sarbib Trio c/ Robert Somoza - RS (st, ss), AS (p), Bernardo Moreira (ctb), João Cunha (bat) | |||||
Sex |
20-Abr |
Auditório
da Exponor |
21.30 |
Transa Atlântica de Miguel Braga c/ Ernie Watts - EW (s), Márcio
Montarroios – (t, flis), Miguel Braga (p), Zé Lima (ctb,
b-el), Carlos Carli (bat) |
||
B Flat Jazz Club |
André Sarbib Trio c/ Robert Somoza - RS (st, ss), AS (p), Bernardo Moreira (ctb), João Cunha (bat) | |||||
Sáb |
21-Abr |
Auditório
da Exponor |
21.30 |
Mário Franco Quinteto c/ David Binney - DB (st), André Fernandes
(g), Jesse Chandler (p, hammond), João Gomes (sint, Fender Rhodes,
Laptop), Mário Franco (ctb), João Lencastre (bat) Benny Golson c/ Benny Green Trio - BG (st), Benny Green (p), Jesper Lundgaard (ctb), Alvin Queen (bat) |
||
B Flat Jazz Club |
André Sarbib Trio c/ Robert Somoza - RS (st, ss), AS (p), Bernardo Moreira (ctb), João Cunha (bat) |
in Agenda Jazz |
10.º Matosinhos em Jazz (2006)
Sendo o Festival de Jazz de Matosinhos
um festival tradicionalmente ecléctico, é natural
que a Câmara e António Ferro, o Director Artístico, oferecessem
ao público uma programação especialmente abrangente. Como
noticiei na altura, o festival incluiu do Jazz mainstream, Jazz nacional, Jazz
de Fusão, Free Jazz, Blues e Cool Jazz.
Apenas assisti aos dois últimos dias do festival e falhei assim o dia
dedicado ao Jazz português, com o trio de Mário Laginha e o aplaudido
projecto de Paula Oliveira/ Bernardo Moreira “Lisboa que Adormece”,
e ainda o concerto de fusão da Soul Grass Band de Bill Evans, na quinta-feira.
Assinale-se como curiosidade que esta décima edição do
festival teve a abrir exactamente o mesmo músico – Mário
Laginha – que o primeiro, de 1995. Que, ao que consta, realizou um excelente
concerto de Jazz!
Como anunciei, sexta-feira abriu com um trio de free jazz (tardio, como o defini),
o Charles Gayle Trio. Assisti com alguma curiosidade, já que é um
músico de que se tem falado nos últimos tempos; talvez exactamente
pela esforço de reabilitação do free. Apesar da diligência
(a formação difícil não ajudava e com um horizonte
estético limitado...) Gayle não chegou a aquecer a sala. Sentiam-se
as evocações do saxofone de Ornette e por vezes do período
derradeiro, mais místico, de Ayler, mas era preciso mais. Ao piano Gayle
procurava a originalidade entre a abstracção de Paul Bley e a
catarse de Taylor, e talvez tenham sido estes os melhores momentos.
Já tinha assistido ao concerto de Konitz com a Orquestra de Jazz de
Matosinhos e se alguma coisa tenho a lamentar foi a curta duração
do concerto. Konitz confirmou-se como o último dos grandes (históricos)
saxofonistas, num concerto de uma hora em que tocou sem cessar. O grande mestre
do cool jazz ainda rola! E talvez tenha mesmo algo mais a lamentar: é que
o homem toca tanto que não deixa espaço para a orquestra brilhar.
Nota-se a competência, os carretos a rodar bem oleados, mas gostaria
de ver por vezes um contraponto mais evidente na sua actuação.
Além dos solistas que existem na orquestra, mas que Konitz não
deixa tocar. Enfim, soube a pouco.
O melhor estava guardado para o fim. Já sabem, eu gosto mesmo do TGB. É um
projecto que tem uma frescura e uma irreverência incomum no Jazz português,
servido por bons músicos, com um também raro humor e sentido
do espectáculo. Palavras para quê? – é o TGB. Foi
um curto concerto, só uma hora e não teve funinhos como no S.
Luiz nem a projecção do filme, etc.. Curtinho, curtinho. Mas
toda a gente estava à espera do grande concerto.
Confesso que na viagem para Matosinhos, ao reler a minha antecipação
ao concerto e Dave Holland, por momentos temi que talvez me tivesse excedido. É que
apesar de ele ser incontestavelmente um dos grandes músicos de Jazz
da actualidade, o grupo que se apresentava na Exponor não constituía
propriamente uma novidade (mesmo apesar do novo baterista – Nate Smith,
em substituição do vulcânico Billy Kilson): este gruipo
tem quase dez anos e a verdade é que na sua já longa carreira,
Dave Holland já nos apresentou propostas bem mais arrojadas. Mas a minha
expectativa foi crescendo ao longo dos dois dias, conforme fui reouvindo os últimos
discos do contrabaixista, em especial o Extended Play, registado ao vivo no
Birdland, mas também o Prime Directive e Not For Nothin'.
Conheço a música de Dave Holland relativamente bem e assisti
a quase todos os seus concertos nacionais. Ouvi-o em inúmeros contextos
e sempre em prestações elevadas. Foi em Matsinhos mesmo que assisti
a um dos grandes momentos de Jazz da minha vida, num concerto a solo no Salão
Nobre da Câmara. Absolutamente inesquecível. Para mim e todos
os que a ele assistiram. Não é exagero! Ora o concerto a que
assisti de novo em Matosinhos driblou de novo o jogo das probabilidades, ao
acrescentar mais um grande grande concerto de Jazz!